sábado, dezembro 03, 2005

Os amorfos

Meu querido amigo, desculpa-me a ousadia do adiantado da hora,
mas ...ponho-te um dilemazito, ok?

Tens uma plateia intelectualmente evoluída e geralmente bem informada,
com aspecto de pessoas diferenciadas do costume.
Tu colocas dois produtos totalmente opostos em cima da mesa:
- Um esquema bem sucedido, bem acabado e bem executado acima de qualquer reserva ou suspeita.
- Por outro, uma proposta aparentemente alternativa, extremamente mal executada,
a suscitar, inclusivamente, solidariedade por uma espécie de pena.
Pergunto-te, qual das duas arranca mais palmas?
Tu sabes muito bem do que falo...
Ai o caraças...então?
Qual é a inteligência que se aplica no acto da escolha das ditas palmas?

Pois eu digo-te:
Há uma esquizofrenia dominante que se declara acima de tudo
por uma inveja partilhada no segredo do silêncio colectivo...
A frustração obviamente não declarada.

Em minha opinião, apenas um reflexo da falta de formação de base a todos os níveis,
bem camuflada por estrangeirismos vários.
NÃO!
Não te vou dizer que me apetecia emigrar,
Não há cu!
Mas...não achas que seria uma belíssima ideia a terapia do sofá do tal José que de Gil se apelida?

A pena pela constatação da incapacidade de ser algo somente?
A negação daquilo que se afirmou pelo seu próprio pé?
Daí a satisfação...

Tenho muita pena meu querido amigo.
Venho do interior.
Fazia muito frio na minha escola, sabias?

És meu amigo.
Não me vires as costas.
Peço-te!