quarta-feira, agosto 24, 2005

Mastiguem devagar

" Apenas uma boca. A tua boca
Apenas outra, a outra tua boca
É Primavera e ri a tua boca
De ser Agosto já na outra boca

Entre uma e outra voga a minha boca
E pouco a pouco a polpa de uma boca
Inda há pouco na popa em minha boca
É já na proa a polpa de outra boca.

Sabe a laranja a casca de uma boca
Sabe a morango a noz da outra boca
Mas sabe entretanto a minha boca

Que apenas vai sentindo em sua boca
Mais rouca do que a boca a minha boca
Mais louca do que a boca a tua boca "

David Mourão Ferreira

Este é um dos mais belos Poemas que eu conheço.
Que melhor alimenta e sacia o cio da fome.
Não resisto...
Salivo...



Elliott Erwitt

9 comentários:

Sofia disse...

Vamos lá ver se é isto:

http://i14.photobucket.com/albums/a347/blogsofia/cerejas.jpg

So far... :)

Será que vai dar certo?

Vou fechar os olhos...

... e seja o que Deus quiser...

1... 2... 3 Login and publish! :)

Sofia disse...

NÃO DEU!

Oh! Pensei que ia ficar um link azul e sublinhado...

Que desilusão... e que vergonha... Não percebo nada disto. Não adianta. :)

muguele disse...

Isto dos "camónes" é mesmo estranho. No meu blog é raro acontecer (nem sei se já aconteceu) e no guestbook do site aconteceu duas ou três vezes.
Será que o Blogger não tem um antídoto para isto?

Caxolinha disse...

O poema é lindo mesmo!!
Os amaricanos estão em todos...

InfoMan disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Unknown disse...

Há bocas que não se esquecem.

Bruno Ministro disse...

srs cabecilhas d' A Revolta dos Pastéis de Nata, não quereriam, se faz favor e com silença, colocar o meu singelo blog no Cardápiozito... hum?
Era para pôr n Cardápio se faz favor (provenha essa palavra lá de onde seja...)!

http://microlandes.blogspot.com

Anónimo disse...

Essa fotografia não é a capa de um vinyl dos Fairground Attraction? É encantadora ...

One two three four disse...

Há poemas que não se esquecem.Que nos acompanham.Íntimos.Tão nossos.Revemo-nos...aqui vai um de J.Tolentino Mendonça que não esquecerei nos dias da vida.

"A casa onde às vezes regresso é tão distante
da que deixei pela manhã
no mundo
a água tomou o lugar de tudo
reúno baldes, estes vasos guardados
mas chove sem parar há muitos anos

durmo no mar, durmo ao lado de meu pai
uma viagem, se deu
entre as mãos e o furor
uma viagem se deu: a noite abate-se fechada
sobre o corpo

tivesse ainda tempo e entregava-te o coração"