quinta-feira, outubro 26, 2006

O entretenimento e a aprendizagem

O programa dos Grandes Portugueses
é um momento de pantufa no sofá Nacional.

Duvido totalmente destes processos de aprendizagem
que nem telescola, pretensiosa, e que afinal,
esconde apenas mais um negociozito de chamadas.
A democracia participativa
com valor de chamada mais o IVA


Já se sabe como é:

Sempre que abre o mercado de compra e venda,
os responsáveis da programação vão comprar os sucessos que fizeram ou podem
fazer sucesso.

Portanto está decretada a hora de discutir o nosso passado,
por imposição e desejo de decalcar o que vem de fora,
neste caso de Inglaterra.

Bora lá então:

Salazar,
Como é?
Foi bom?
Foi mau?

Ah?
Não se ouve nada.

Uma vez em directo no show do Herman,
levei com esse numero do branqueamento praticado
e homogeneizado pelo Prof. Saraiva.

Eu voto em Jorge que é mecânico, que teve o feito histórico de conquistar a admiração incondicional de seu filho Manuel.

domingo, outubro 22, 2006

Pepe Kamonica

Sim, de acordo com Paul Auster.
A inutilidade da arte é um facto indiscutível.
Para quê afinal?

A chuva cai agora forte e feio nos parapeitos
de Lisboa.
De ontem para hoje
o nível das águas do Tejo
subiu um pouco.

Não chega observar?
Existir é por si um facto de arte.
Comer e dormir para sonhar.

Um dia destes apareceu o Pepe Kamonica.
Soube que ele andou pelas prisões Israelitas.
Por equívocos vários, foi interrogado e torturado.
Acabou desidratado e quase morto, abandonado numa praia Marroquina.
Nesta manhã , assim que liguei o telemóvel, tinha uma SMS vinda de Xangai.
“ Não tive escolha, aguarda noticias, não te preocupes,
o costume... um abraço. Kam “

Que raio de coisa ele anda por lá a fazer?

sábado, outubro 21, 2006

Estadios de alma















Ainda por terras beirãs,
no trilho de vestígios
e nos caminhos do conhecimento,
registei para ti esta pelingra meu caro Prof. Quase.
Vês?
Também o povo quer ser esclarecido.
Dois trincos?
Dois avançados?
Um losango de ataque?
O Alqueva como imagem de fundo
à hotelaria, restauração e turismo golfista?
Os lucros do sector financeiro, desmesurados
e obesos, ostentando-se perante a nossa dieta forçada?
Somente a falta de comunicação do poder para justificar
os grandes investimentos que aí vêm?


















Olha, volto à cidade e entre várias,
para me deixar levar nas asas do pássaro de fogo
no teatro azul de Lisboa.
A propósito, quando é que os governos, olham para
os bailarinos que sofrem do mesmo desgaste
brutal dos futebolistas, actuando em estádios de alma bem diferentes?

Vamos falando.
Um abraço

sexta-feira, outubro 20, 2006

Vendas Novas

Meu Estimado Amigo

Será que tu conheces quem conheça
o dirigente autarca de Vendas Novas?
Que povo este tão delicado e subtil,
vive e trabalha por aí?
Vou engordando pacatamente,
à velocidade da simpatia local.
Tramado é o que é!

Insisto no tema porque os entusiastas da velha bifana,
não deslargam da ideia.
Têm fome...
Imagina o quanto seria bom para a terra,
um festival anual da bifana.
Delegações vindas de todo Pais,
expondo o seu melhor nesta
matéria tão sensível que é a real bifana.
A nobreza de um papo-seco,
a heresia de um picante à margem
da mostarda que adelgaça o intestino
tornando-o num passe-vite,
a dentada precipitada que arrisca a ferida na bochecha
pela avidez da gula nacional,
as televisões famintas, os turistas e o povo todo debruçado à limpeza de nódoas.
Tudo isso e muito mais.


Por favor!!!
Apresentem-me o senhor.

quarta-feira, outubro 18, 2006

Dia 1

7.30

O cornetim acorda-me em sobressalto.
Não deixo de sorrir... inevitável.
Imaginei-me a chegar de saco enorme...
Um feijão verde.
Já não ferrei mais.
Andei por ali entre memorias alheias e filmes de outros.
Levantei-me e fui correr.

8.30

Atravesso a vila em passo tranquilo.
Nem vivalma.
Apenas o militar de vigia, armado de “ a bola” em punho, distraído pelas guerras das 4 linhas.
Ataquei!

10.00

Pequenoalmoço furiosamente à procura de resquícios da laranja perdida.
Uma espécie de Harpic.
Ao menos, os canos ficam limpos.

10.30

Um café, os jornais com a bola incluída,
que também sou pessoa de patente.
Ninguem me conhece...
Perfeito!

11.00

Começamos a gravação.
A construção de um edifício,
tem de começar por algum lado.
A coisa soa bem.
Estamos felizes.


13.30

Chega a sopinha de legumes e a respectiva bifana.
Não podia ser melhor.
Um café e um cigarro que imaginei ter fumado,
ali mesmo, como se fosse o segundo após o primeiro,
e por aí fora.
Pensei no meu próprio anonimato.
Já passou.

!4.30

Tau!
Sempre a dar até estar a dar.
Do melhor!

!9.30

Fim

!9.45

O Benfas e a esperança discreta.

O mundo acabou para mim.
Pelo menos até amanhã.

Até já.

domingo, outubro 15, 2006

Campeonato Nacional da Bifana







Meu Estimado Amigo

Esta semana que passou
foi inteiramente dedicada ao nosso Deus Trovante,
aquela figura a quem todos demos boa parte da nossa vida por inteiro.
Escrevo-te em véspera de mais um mergulho
de cabeça daqueles que só Ele sabe.
Durante aproximadamente um mês,
respiraremos o mesmo ar, procurando
a luz e a claridade através de mais um novo
trabalho da Filarmónica.
Dar-te-ei conta do andamento das coisas,
se achares interessante... obviamente.
Sabes que domingo passado, andei por terras minhas,
entre serras e vales à procura de vestígios?
5.000 anos são quantas voltas no mostrador do tempo?
A pedra ainda estava quente, ok que há sempre a tentação de fazer um churrasco aproveitando
os cantinhos das antas e dos dólmen,
enquanto não passam os ciclistas das vias romanas.

Amanhã, logo pela manhã, mando-me a caminho
de Vendas Novas onde, ouvi dizer que havia a melhor bifana do Pais.
Isso é que era:
Um campeonato nacional da bifana, com estatutos e até mesmo um conselho de disciplina e tudo.

Fica a proposta.

terça-feira, outubro 03, 2006

Pub-produto uterinamente bruto

Meu estimado amigo

Ele há vários anúncios
que se copiam tão descaradamente uns aos outros,
que até mete dó.
Não é novidade, é feio apenas.
Gosto daquele do:
“huuuummmm uuu huuummm”
do coiso... ai... do ecoponto das crianças.
Até ao dia em que vejo o original,
ou seja, já por si uma versão de um clássico americano:
huuuuummm uuu hummmm”
um pouco diferente convenhamos, mas que na imagem, copia por sua vez a ideia das bolas coloridas a descer rua abaixo.


Nas tintas...
Mas o que me traz aqui à matéria,
é a curiosidade horrível que tolda o meu espírito
acerca das razões que terão levado Mr. Berardo
a fazer aquela epopeia com planos de helicóptero,
promovendo um banco que não o de um jardim...
Das duas vinte:
O Mr. necessita do sustento diário?
O Mr. é dono do banco?
O Mr. tem um egoponto de fuga tal, que precisa de uma vista enorme pró mar, à beira de uma falésia?
O Mr. quer ser reconhecido aí nas ruas do Pais?
Alguma há-de ser, e ninguém terá a ver com isso.
Acredita que não tenho nada contra o senhor Mr.
É aquele pudor cristão aprendido e contraído por mim em criança, que leva a conjecturas e tal e tal...
Pronto, ok...
Já não digo nada...



Em suma, gosto da pub,
mas não a posso levar a sério,
por isto ou por aquilo.

Um abraço e obrigado pela tua lembrança.

domingo, outubro 01, 2006

Musica







Caro João

Escrevo-te hoje dum sítio
que te faria elevar até ao mais ténue
dos ruídos do mundo...
Escrevo-te sentado numa longa cadeira
que muito embora dificulte a escrita, aguça o mais pertinente dos sons da alma escondida ainda por revelar.
Imagina que a vista que tenho daqui, é como a de um fiozinho de água brincando às escondidas, na impossível tarefa de apanhar a sua própria cauda comprida e longa.
Lá vai, seguindo o destino inevitável
das coisas que não voltam nunca.
As ladeiras do tempo subiram até cá, escarpando as encostas até ao fundo do fundo.
Tenho saudades de pescar contigo,
tirar uns robalos à sua própria curiosidade.
Pecados pequenos os nossos.
Mas não te esqueças,
Dá-te com as pessoas.
Dá-te com o mar.
Dá-te com a chuva.
Escuta.
Ouve bem e toca o céu.
Isso é a musica.
Aqui neste magma onde me encontro,
só vejo os que me vêm.
Não te distraias.

O meu abraço.

Q.