domingo, julho 30, 2006

SiniS




Caríssimo amigo do mundo

Cá estou de novo, vindo de mais uma jornada
gloriosa apesar do glorioso...
Ruminando laranjas e outras coisas boas,
num mar de algas qual SPA,
em falésias de xistos que a propósito,
pintalgam as areias de preto aparentemente
poluído, mas não.
Lá andei freakando o meu esqueleto comendo
sargos e pão do melhor.
Destino:
Festival Músicas do Mundo em Sines e Porto Covo.
Objectivo:
Simplesmente ouvir música.
Junto do público ou no backstage, os níveis de ozono e qualidade do ar , apresentaram-se especialmente diferentes do habitual costume.
Diferença, destacou o incrível alaudísta Libanês,
quando referiu que “ eles não precisam de músicos”
Por isso;
Este festival veio numa altura crítica
em que a musica parece ser uma tábua de salvação
na comunicação entre os povos para além do futebol,
que é apenas uma interposta pessoa, para a facilidade de contacto e usufruto do emigrante no dia seguinte após o jogo
do dia anterior.
Por isso;
Sines devia passar a SiniS
Por forma a que:
O festival pudesse ser visto de todos os ângulos,
capicuando até mais não.

Aproveito e solicito a naturalização para o novíssimo estado
De Sinis, onde no futuro, poderemos comunicar entre povos
da melhor maneira.

Pela alma!


Viva o festival de Sines!


e Viva SINIS!

quarta-feira, julho 19, 2006

Designio




Vai grua vai
Cumpre o teu desígnio
Por esses quintais
Derruba
Constrói
destrói
Abate
Não pares
Vai
Pelo mundo
Leva a boa nova
Ergue
Muros
Separa
Divide
Vai
Segue

Siga

segunda-feira, julho 17, 2006

A sombra da noite













Estimado

Estas noites andam quentes
Lisboa fica excitada com estas noites de fulgor
como se os instintos despertassem com a brisa nocturna e luarenta.
Os neurónios cozem durante o dia borbulhando na sua fervura,
queimando as impurezas e as bactérias incómodas e
à noite é que são elas.
Só apetece é comer os cérebros que por aí pululam.
Isto para te dizer que dei comigo no estado puro nipónico,
armado de objectiva acidental de Alfama em Alfama
Descendo degraus e degraus até ao Eugénio de Andrade.
Encanta-me a Lisboa que encobre as mazelas do dia.
Um destes dias vens comigo no acaso casual da descoberta
de que, perdidos é que isto tem graça.
Pago-te um copo
Vá lá!
Anda lá!

quinta-feira, julho 13, 2006

Preconceito e chuva de palmeira

Meu estimado e fadista amigo

Ando numa época fadista
recuperando e afastando fantasmas de outros...
Por mim, sem problemas de maior, há muito.
Porquê?
Diz-me porque é que as pessoas que apesar de tudo,
com níveis de sensibilidade apurados, tantos anti-corpos ao fado construíram?
Munidos de critérios que por si só são um caminho,
emprenharam pelos ouvidos?
Mal educados por falta de educação sensitiva?
Feitos de quê?
Preconceitos?
Parto a minha cabecinha à procura de explicações e zero!
Devo andar estúpido de certeza incerta...
Há-de passar!

Isto para te dizer que estava junto ao mar, quando
um sufoco desceu junto a mim.
Um peso inacreditável, de ar pesado e nuvens cheias
de electricidade incontida.
Lia o meu livro de momento cheio de boas intenções.
As folhas das palmeiras choviam ruidosamente,
e pensei, por andarias tu?

Abraço

domingo, julho 09, 2006

O Cristianismo Ronaldo

Na hora do fecho deste evento suspeito e endinheirado
que é o mundial, interessa reter coisas que, meu estimadíssimo
e fairpleísta amigo, nos devem fazer pensar no futuro, tais como:

- Os mergulhos dos atletas que fazem lembrar a fama dos Portugueses em Itália de se furtarem ao pagamento dos transportes públicos.

- A puta da realização de TV Alemã que no jogo com Portugal, chegou ao ponto de dizer que sim abanando as câmaras para cima e para baixo, escolhendo muito bem os lances que devia ou não repetir.

- A passagem para o desporto, de muitos conflitos entre povos,
pelos vistos, jamais resolvidos.

- A provocação das imprensas, apregoando coisas falsas só para venderem a merda do papel.

- A estupidez e o fanatismo do Anti-Cristianismo Ronaldo, com que os Ingleses resolvem os seus problemas e as suas derrotas.

Se vires por aí o Luís Figo dá-lhe um grande abraço.
Um tipo á maneira!

Finalmente fecho o dossier do futebol, porque sinceramente...

Já cansa!

sexta-feira, julho 07, 2006

A primeira assinatura

Hoje lembrei-me duma fase muito engraçada
para o crescimento dum homem de barba rija.
Oh oh oh.
Lembras-te de quando ensaiaste
a tua primeira assinatura?
Escolher dois nomes, ou mesmo três por questões de ordem social ou importância acrescida, ou apenas por... soar melhor.
Caramba!
Foi lindo, a semear rabiscos por tudo o que era folha.
Creio que imitava o meu Pai.
É bom imitar um Pai.
A sua mão grande e estilosa assinava o meu ponto de nota duvidosa e eu, assustado pela má consciência de mau aluno
por boas razões politicas, conjecturava...
Embora convicto, nunca o convenci.
Era a época.
Tal como o nó da gravata, também a assinatura se ensina.
A marca genética.
A morte derrotada.
Cabrona!

Não te assustes, mas por vezes vejo em ti
o meu Pai.

quinta-feira, julho 06, 2006

Suspeiçao

Meu ombro amigo

Imaginas o quanto irritado com a porcaria deste resultado me sinto...
O nosso homem do leme insinua que o árbitro
estava ao serviço de alguém.
E a coisa fica assim?
Tem ele razão?
Estava a quente?
Há um super-apito-douradíssimo?

As pessoas dizem:
- Somos um país pequenino!
Admite-se portanto que as decisões da FIFA e dos árbitros são directamente proporcionais à grandeza das bandeiras?

Creio que chegou a altura de se criarem mecanismos
que anulem o protagonismo do homem do apito e de todas as suspeições mais ou menos razoáveis.
Entre as variadas soluções, destaco duas:
- O quarto árbitro tem um monitor para rever e inverter as decisões incorrectas.
- O jogo é arbitrado por dois juízes, cada um acompanhando uma equipa.
São ajudados por quatro fiscais de linha.


Não teremos nós uma selecção que ultrapassa largo
as fronteiras das possibilidades de Portugal?
Tornaremos Portugal competitivo se melhorarmos os índices
de rendimento de toda a sociedade nos vários sectores.
A saúde a preencher o campo todo.
A educação a distribuir bem o jogo aos avançados.
A música Portuguesa a não precisar de mendigar quotas
de passagem nas rádios, marcando golos de belo efeito.
Porque é que nestas áreas somos tão permissivos?
Então... será que merecemos esta selecção?

terça-feira, julho 04, 2006

Astulticia dos abestuntos

Meu Estimado

Hoje até vinha falar-te de futebol.
Originalidade não me faltaria pela certa,
dizer-te as coisas que ainda ninguém disse, imagina...
Tácticas
Raciocínios
Estratégia pura
Comunicação
Mobilização
Conspirações
Tantas e tantas que te espantarias em espasmos
sucessivos de dores de acutilância astuta
Mas não.
Nada disso!
Lia as notícias tardias, e na três, um público delirava
da javardice das palavras.
Muito bem.
Também me rio de vez em quando assim.
Para lá do talento nocturno,
o facto dos comediantes da bolinha do écran
arrebatarem e arrancarem os aplausos
às funduras e às profundezas da sagacidade
da astúcia numa espécie de astultícia.

e apenas a isso