Meu Querido Amigo
Espero que te encontres bem de saúde.
Será que já neva por aí?
Hoje é dia de lareira, de netos e de filhos.
Aquela dor, já te passou?
Sabes quando alguém te olha para dentro da alma?
Incomoda bastante...
Pois, lembrei-me dum quadro, cujos olhos de bondade
na minha altura mínima de metro e meio, seguia os passos para além do Seu, meu alcance.
Tinha um coração à vista para que não houvesse dúvida alguma.
Sagrado Coração de Jesus, Seu nome.
Sempre me intrigou o olhar de Cristo.
Fosse como fosse, todos os dias passava por ele e Dele
a sua bênção diária teria como protecção.
Assim me foi catequizado.
O tempo passou como não quer a coisa
fazendo-se de parvo e de mouco,
até aos dias de hoje está claro.
Meu Pai que diria:
- Abrevia meu filho abrevia...
Portanto, anos volvidos,
reflicto no olhos de Cristo a duvida se aquele olhar dirigia a Sua compaixão mais para os que sofrem dos que habitualmente aos pecadores como eu...
Transformando e actualizando esta questão exótica que me aflige numa politizada inflexão que me alivia,
pergunto:
A civilização ocidental e cristã vê ou não pelos olhos de Cristo, e se vê, é justo colocar:
Qual o Olhar de Cristo que mais lhe convém?
Ajudar a equilibrar e tornar o planeta mais justo,
ou desculpar-se e auto perdoar-se usando a prescrição que decorre da perda da sua memoria sem qualquer tipo de penitência?
Diria que aquele Cristo que no meu quarto me seguia,
Se assemelhava mais ao trinitá depois de tomar um banho após a travessia do rio colorado, do que um homem nascido e assassinado do médio oriente.
Creio que às vezes até lhe imito o olhar,
as raparigas gostam...
Um abraço para ti meu amigo,
Não te irrites com os gritos dos miúdos.
Faz parte.
Feliz Bacalhau.
segunda-feira, dezembro 25, 2006
O Olhar de Cristo
Publicada por João Gil à(s) 4:12 da tarde 6 comentários
terça-feira, dezembro 19, 2006
O jardim das arvores pequeninas
Meu estimado amigo
As tuas ainda são mais brancas que as minhas embora
o pessoal não te conheça por aí além.
Sempre admirei Mr. Kofi Annan.
Tranquilo, calmo, ponderado, calmo, seguro.
Nos últimos dias, enquanto Secretário Geral da nossa bóia ONU, toca de se colocar distante e acusador dos EUA.
Nessa matéria e como sabes, há muito que andávamos por cá.
Quantos sapos foi obrigado a engolir durante todo este tempo?
Imagino sempre um jardim cheio de árvores pequeninas,
podadas pela manhã de geada por um sabio cérebro retirado das lides e,
nessa paz encontra a passadeira eterna da memoria colectiva... pequenina.
Para ele o nosso abraço.
Publicada por João Gil à(s) 11:46 da tarde 2 comentários
Faxa de gaja
Aqui posto de comando da cidade de Lisboa:
- O Natal cá vai e o Verão ainda
- O Benfas fiqueia mas o Porto é que porteia
- O acontece amor e o sexo saxeia
- A Filar inda filargilava, quando a Ala se me abalou
logo o Trovante trovanteou
- O sol soleia e a lua também
. O frio frieia mas a neve não
- Apito que vai à frente mexerica duas vezes
- Sócrates floresce porque sabe desertificar
- O presidente emociona-se, tudo volta ao normal
Portugueses:
Em casa ficai.
Bacalhau comei
As prendas que prendam os prendados
e tudo o mais que se aprouver,
mas atenção:
Não exagerem nos doces!
A faxa de gaja tem limites e nós também.
Boas Festas aqui deste que do mato vos fala.
Muitas propriedades e um beijinho para a Deolinda.
Publicada por João Gil à(s) 10:59 da tarde 5 comentários
sábado, dezembro 09, 2006
Ser Vedor
Há uns anos atrás estava aqui o je and friends em pleno verão
no Algarve quando, passeando em campo árido com destino traçado a deserto, vimos um senhor de certa idade, barba branca, chapéu de palha e cara estorricada por anos de sol ao sol...
Era um Vedor.
Fazendo prospecção do petróleo mais valioso do Algarve que é a água, usava uma varinha feita de um ramo.
Andou, andou e andou até que a varinha deu sinal de vida, embora remota de Marte.
Éramos uma data deles de boca aberta, ao todo, um montão de labregos no assunto.
Queríamos testar as nossas capacidades de bruxo... enfim.
Nada, nada e nada até que, deixe lá ver...
A varinha chegou-se à minha mão rindo para mim.
Deu uma volta, outra e outras daria para espanto de todos os
invejosos presentes.
O senhor sorriu-me como um colono acabado de chegar à terra prometida e eu descobriria ali a minha Califórnia.
Bons tempos.
Bom, esse tempo passou, passou e tornou a passar
até ao dia em que precisaria de saber com mais exactidão, se haveria água por baixo de mim e claro, esburacar alguns milhões de anos em camadas de terra em busca do tão almejado lençol.
Tinha marcado encontro com um senhor de alguma idade, sem saber se de chapéu também...
Desta vez um pêndulo de relógio seria o instrumento usado... e deixe cá ver:
Andei, andei e tornei a andar e,
Tau!
A força do animal enfurecido que nem besta,
levantou-se tão determinado, eriçou-se e rompeu
o ar ao ponto de vincar as minhas mãos que teimosamente resistiram ao quase sangue.
Água! Gritei.
Foi a minha vez de sorrir que nem bandido perante o cofre profanado.
Nesse dia, duas coisas pensei:
Por menos, muita gente ardera em fogueiras de lenha verde.
Nunca pensara ter artes de Vedor.
E tu meu estimado , que tudo vês, observas e analisas...
Já tentaste a tua sorte?
Paul Fusco
Publicada por João Gil à(s) 8:15 da tarde 14 comentários
quarta-feira, dezembro 06, 2006
Redacçao: O Natal
O Natal é uma seca.
O Natal já teve melhores dias.
Comprar e vender,
vender e comprar.
Os velhinhos escolhem o Natal
para morrer em família,
lá saberão das razões.
Os putos não se importam e com razão.
Quando as famílias são divertidas,
um tipo diverte-se, até para desenguiçar dos casamentos e funerais.
É quando vejo o anúncio da Coca-Cola,
que me lembro da versão americana do Pai Natal.
A neblina ao longe... a criança que olha para o lado
de lá da montra de uma loja ou da lareira acesa
de uma família aparentemente feliz.
Do Natal, safa-se o bacalhau, as couves
e o prazer imenso de juntar uma família à mesa.
Ganha a taça quem não oferecer nenhuma prenda,
e não se sinta por isso culpado.
Há sempre muito boas e correctas razões para adorar o Deus Menino, que a mim, por exemplo, fez cantar noite fora pelas ruas da minha cidade Covilhã, quando a neve dava os primeiros sinais da sua vida curta e gelada.
Lindo!
Mas... confesso-te meu estimadíssimo,
Já odiava o carnaval,
mas pelos vistos... antecipou-se.
Uma decoração
Publicada por João Gil à(s) 1:44 da manhã 12 comentários
sexta-feira, dezembro 01, 2006
Dia santo na loja
Por aqui é feriado, estimado amigo.
Hoje o diferendo discute-se
na sede própria da 2ª circular.
Estou convocado.
Entretanto foi recolhido para analise,
O teste Papal.
Mais uma semana ou duas e saberemos o resultado.
Da minha parte, finalizo as misturas e a produção
do nosso evangelho segundo da Filarmónica.
Vendas Novas forever!
Isto para te dizer que a poeira cai devagar.
O horizonte vai ficando à vista.
O tempo está sempre a nosso favor.
Sempre!
Gosto de compreender as coisas
Tal como tu.
Publicada por João Gil à(s) 4:17 da tarde 7 comentários