Ontem, numa das tasquinhas ao pé daqui de minha casa, depois de mandibular um bacalhauzito singelo,
peço um café, ponho os oculos que me dão sempre alguma credibilidade, abro o jornal pelo sítio do costume,
vou para ler, nisto toca o telefone, e ouço o seguinte diálogo:
- Olá minha senhora como está, há quanto temmmmmmpo? Boazinha?
Aqui, pelo timbre e pelo mimo, entendi, do lado de lá, alguém de certa idade.
- Siiiim...já sabe. É o costume: os bifinhos, o bacalhau, o cozidinho,
A boa da senhora perguntava a ementa para ganhar o tempo da escolha.
- Sim sim. Está muito bem...claro, um caldinho do cozido também.
A senhora de certa idade tinha-se decidido pelo cozido à Portuguesa.
Desliga o auscultador do telefone preto, vira-se para a cozinheira e diz bem alto:
- Pensava que esta já estava morta!
Resposta da cozinha:
- O quê, ainda está viva?
Faço sinal com os dedos para pagar e...
- É a continha é ?
Abanei com a cabeça, boquiaberto ...
Não me consigo abstrair deste episódio.
Vasco Gil
sexta-feira, agosto 26, 2005
A Senhora de certa idade
Publicada por João Gil à(s) 7:08 da tarde
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6 comentários:
Tadinha da Sra, na volta, ainda tem saúde pra dar e vender!!
A capital é uma aldeia grande.
E sitios há, em que é, como nos meios pequenos, sabe-se da vida de toda a gente.
É como aqui na terrinha, as pessoas aumentam as coisas de uma ponta à outra da terra.
Saudações beirãs. ;)
Caro João Gil:
É com muito agrado que visito este espaço que criou. Aprecio imenso as canções que compõe. Se algum dia tiver tempo, visite o meu "Refúgio". http://www.ensejo.blogspot.com
João Garcia Barreto
um episódio à portuguesa. ;)
E não é que agora também não me consigo abstrair da história...
Não sei se ria ou chore! ;)
Folgo em saber que continuas de boa saúde, assim como a dita Senhora. Esta história deu-me logo para pensar num policial... depois explico. :-))
sona
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