segunda-feira, outubro 31, 2005

A paixão de Ludwig

Krido diário:
Ocorrem-me coisas que sabes lá tu.
O putos são pequenas unidades cósmicas tão importantes que receio falar-te banalmente.
São lugares tão comuns que me arrisco a escrever ao mais elevado paternal estilo-suplemento de fim de semana, em pose de foto... pais e filhos...
Tu entendes.
Lembrei-me de te atazanar a paciência com esta cena do álóíne.
Vem de onde?
- Numa noite profunnnnnda...negra....
Em plena floresta das Ardenas, uma luz única persiste, apesar do veeennnnnnntuuuuu
fustigar o velho "kaiser" - o pastor alemão que guarda o medo da estalagem de Fritz Graammg.
Espreitam os mortos por entre janelas, em véspera do primeiro de novembro.
Xuuu...

Soubeste da reconstrução da catedral de Dresden?
Aquilo foi horrivel na altura.
Foi escusado...além disso, os alemães já estavam derrotados.
Pura vingança.
Mais de 35000 mortos.
Todo este processo da recuperação da Frauenkirche teve como dinamizador
um trompetista e professor de nome Ludwig Guettler.
Tudo isto para te apelar para a importância de aprender um instrumento.
Sabes que, aliás como se pode ver aqui, todos putos que, durante a sua aprendizagem de crescer,
têm acesso à musica e a tocar um instrumento serão adultos com maior vocabulário?
Mais sensíveis?
Como se tu não soubesses o que bem sabes.

Diáriozinho lindo,

- Quantos corações tens?

sábado, outubro 29, 2005

Nuvens de Areia

Meu querido diário de sábado à noite:
Hoje, se olhasses para o areal, terias visto as nuvens de fumo rasteirando praia fora.

O mar revoltoso, um radical aos gritos de prazer no seu cayaque, um café e uma levíssima...
Perfeito!
Folheio a revista "Grande Reportagem" e dou de caras com o Herman José, respondendo a um daqueles questionários que só o verão consegue ver, mas enfim...

Mostra o nosso "Tio" algum arrependimento por não ter emigrado a determinada altura...
Não ter seguido as pegadas de Joaquim de Almeida...

Fiquei a esquizófrenar à espera que o mar bruásse.
Pensar...pensar...
Mais dinheiro?
Mais reconhecimento?
Mais tarde se verá.
Não stresses, "Tio".
Vai por mim.
Aguenta os cavalos.
Não tens de dizer tudo.
O País pode não não achar piada.
Tu é que sabes...

Razão tem Lobo Antunes:
A tropa era do Benfica,
O M.P.L.A. era do Benfica,
A guerra parava.

Então corri...corri...contra o sentido do vento ...gaivotando...atrás dos putos que a virose fará tombar pela noite mais tarde,
já estou mesmo a ver.

É bonito o Inverno, sim senhor.

Como eu gosto de ti, Meu Amor.

Um dia especial

Meu querido poeta diário:
Não tenhas dúvida!
Hoje foi um dia terrivelmente especial.
Sempre que receberes um livro de poesia, será sempre um dia absolutamente...inquebrável.

Lembrei-me da maratona de leitura que a culturgest promove agora neste outubro...ler, ler, ouvir, ouvir.


A propósito, está no ar da rádio, um spot da Avó da Fóne, rapariga da minha criação, aliás, um texto abosolutamente e
deliciosamente mastigalido pela actriz Isabel Abreu.
Não me venham com merdas...
Parabéns Isabel!


Vai e apanha do chão esse livro que te deixo por aí.
Teixeira de Pascoaes, numa antologia organizada exemplarmente por Mário Cesariny.
e...matas as saudades que me dão a tua vida.

A minha prendinha tem, no seu final, uma lista de aforismos que só tirando o meu chapéu,
me dou conta que não o uso.

Deixo-te aqui uma lista para tua reflexão...e caramba!
Liga-me cacete!
Sou sempre eu...


" Cada homem é a medida do Universo "

" O homem é um animal apaixonado "

" O som é o espírito da cor "

" Só a nudez é luminosa "




- Um abraço meu velho

sexta-feira, outubro 28, 2005

A nossa querida língua Inglesa

My dear diáriozito:
já andava há uns dias para te falar neste assunto, até que
encontro uma amiga inglesa no café do S. Luis, prestes a entrar no ensaio.
Eram umas onze e meia, a chuva no seu apogeu matinal e ...
Lembrei-me de ...deixa lá ver a reacção:

- Como é que te soam os Portugueses quando cantam em inglês?
Sem resposta imediata, achei melhor reformular:
- Não te preocupes, tenho curiosidade em saber a tua opinião...apenas por mera ...
Não muda nada...acrescentei.
- Bom, sabes...(hesitando e procurando algo que fosse correcto) os Portugueses dizem as ...P A L A V R A S ...muito bem
D I T A S .
Demasiado...tudo muito bem falado....como nenhum Inglês jamais diria....olha , tenho de ir andando! ...
Disse apressada, e se calhar, um pouco incomodada com a conversa.

Como não podia deixar de ser, fiquei a matutar um segundo...e muitas coisas me passaram pelo estreito.

É um assunto delicado e sensível, meu querido diário.
Não me quero precipitar em conclusões a propósito de algo mais ou menos convenientemente expiatório...
Mas nem isso....apesar de tanto energúmeno ignorante em estágio de jornalista à procura ...

Para mim, são Portugueses como eu, os que se exprimem em Inglês...sem dúvida.

Mas...

Alguém os leva a sério?

quinta-feira, outubro 27, 2005

Bailarinos de todo o mundo, dancem!

Boa noite estimado diário,
Sempre a considerar!
Quero brindar contigo, este belo copo de vinho "Lagido" da ilha do Pico.
Conheces os Açores?
Que parvoíce! Claro que sim.
Hoje falei com uma amiga, sobre o ritual Sufi e o percurso do grande império árabe que nos imperou.
Voltas sobre voltas em crescendo numa hipnose embriagante, em esferas desenhadas no espaço,
como as nossas avós cantavam o seu terço ao fim da tarde na religião que lhes foi ensinada por sua Graça.
A elevação.
A meditação.
A alma que se solta de um corpo que procura o seu Deus.
Alá neste caso.
Ali a base religiosa de uma dança.
Sabemos tão pouco...
A passagem pela planície flamenquista.
A torreira do sol.
O trabalho.
As mulheres.
E depois a noite...o fado...lisboa....um xaile...
Já agora a Amália...a comunidade gay...tudo num belo postal para turista acidentalmente moderno...
Bah!
Claro que estou no gozo.

- Será que o presidente Iraniano, quando disse que Israel devia ser riscado do mapa, estaria a beber vinho como eu?

- Ou, de facto, são apenas os músicos a ter esta capacidade de juntar os povos debaixo do mesmo acorde?
Sim ...não se zangem! Ó bailarinos de todo o mundo...dancem!!

Entendes agora porque medalhei Kofy Anann?

Àh Nã??

quarta-feira, outubro 26, 2005

Os acólitos anónimos

Meu querido e fervoroso diário:
Tu por acaso sabias desta coisa bizarra da igreja, até à data não conceder aos divorciados o direito de comungar como outro fiel?
Iguais por fora, mesmo que se escondam por dentro?
Sim, porque o pecado de ter pecado não tem vergonha que se veja à vista.
Eles lá sabem, muito embora te diga que me faz alguma confusão. Se bem me lembro, acólitozito a preto e branco da RTP, o puto que levava lambadas ruidosas, por comer hóstias?
Valha-me Deus!
Juro por tal, e Ele sabe muitíssimo bem que não estavam ainda benzidas.
Vamos lá!
Pão...simplesmente.

Então lá vem o recado anunciado ao mundo:
Sejam discretos!
Podem fazê-lo, mas atenção:
façam-no longe do vosso agregado familiar e social.
É importante que venham todos à igreja. Clamam!!

Foi o que li há dias atrás no D.N.
O artigo não estava assinado...e nem me dá gozo especial em glosar o assunto. Diga-se de passagem de versículo porém.
Mas até não me espantava que fosse tal e qual, ou mais coisa menos coisa.
Cousas, aliás, que se falam pouco todavia, um pouco inibidos de abordar o tema por delicado aparentar ficamos.

Mas... seja eu perdoado, se do pão abençoado quiser um dia.
Farei meu à Tua altura, Querido Deus.
À nossa imagem!

Um pouco mais evoluído se não Te importares.


Ah!!! já agora deixa-me confessar-Te que jamais abri o sacrário às escondidas.

Tu sabes bem,


De Sica, 1948

terça-feira, outubro 25, 2005

Dores de amor

Ó meu querido diário:
Apanhei-te, apanheiiiiiiite!
Já tinhas saudades....confessa!
Não conhecias o sabor dessa palavra maldita,
desconhecias por completo que, inclusivamente, ah! ah!
Provocava danos e até quem sabe...dores?
Sabes porventura que aqueles que amam sentem... dores?
Pois...
É tão bom ter dores de amor,
Sentir a falta de alguém.
Deu-me pra isto, falar-te assim de coração.
Não ligues a coisas de nada.
Deixa....

Digo-te:
Hoje, quase noite, corria com o João Pedro Pais, que é o único maluco como eu,
e faziamos diagonais no relvado do estádio nacional,
Vai vai...aguenta...puxa agora....
Sem luz, sem ver, gritei-lhe, em pleno voo, se ele já tinha sonhado que corria por cima do mar?
Ele bofejou que sim.

Um dia destes falo-te dos sonhos em que voo, de varanda em parapeito,

Procurando por ti.

Tenho dores de ti.



Wim Wenders

sexta-feira, outubro 21, 2005

Love is a place

Caríssimo amigo diário:
Escusas de fazer essa cara,
sei perfeitamente que vais ficar magoado,
se não te deixar na caixa do correio mais notícias frescas.
Vou ter um fim-de-semana agitado.
Desde já te aviso que...vá lá,
Não te irrites por favor.
Sim?

Vê lá se gostas:

" love is a place
& through this place of
love move
(with brightness of peace)
all places

yes is a world
& in this world of
yes live
(skilfully curled)
all worlds "

e.e. cummings, 1935


Acredita no meu abraço, disse-me um dia um amigo:

- Que a voz, mesmo que te doa, nunca te falte.


PS:
Desculpa, antes que me esqueça:
Sabias que a equipa do Vitória de Setubal, há uma data de tempo que não recebe os salários?
Ocupa o quinto lugar, e faz questão de separar o dinheiro do amor à causa?

Depois falamos mais, sim?
Vou para a Covilhã, lá onde estão mulheres que brilham mais alto.

quinta-feira, outubro 20, 2005

O senhor delicado e sorridente

Querido incondicional diário:
Antes de ontem, enquanto respirava o meu primeiro da série café,
dirigiu-se a mim um delicado e sorridente senhor, que me confidenciou coisas da sua má sorte, por um linfoma sofrer. Transmitiu a sua enorme confiança, por acreditar que o espírito de sacrifício e o endurance, encontrados no atletismo ao longo de sua vida, eram agora fundamentais no combate à sua estúpida doença.
Sabe?

Ouvi tudo tudo, sem nunca largar os olhos dos olhos daquele senhor delicado, que viu em mim, alguém a quem podia dizer algo de si, e mais que o bom dia de cada dia.

Hoje, precisamente à mesma hora, balneário adentro o senhor com um sorriso de enorme generosidade:
- Sabe João, recebi os resultados da quimio, e desapareceu tudo. Não se encontraram sinais.
- Era sá para lhe dizer isto...
- Fico feliz por si. Devolvi-lhe o sorriso sem nunca lhe tirar os olhos da frente.

Entrou pela minha porta, sentou-se, falou, levantou-se e saíu por outra, deixando ficar um lastro de sua felicidade.

Hoje seguramente terá sido um dos dias mais felizes da vida daquele senhor.
- Volte sempre.

quarta-feira, outubro 19, 2005

Volfrâmio

Meu querido amigo e sempre disponível diário:
Aguentas?
Posso?
Deixas?
Sabes que me lembrei tanto da infância hoje?
Pressenti que iria ser especial.
Sempre que vejo os trabalhos do Pedro e da Ana, há qualquer coisa de tão profundamente honesto em tudo o que aqueles dois se metem...enfim...muito bom.
Um documentário transdisciplinar no DOC Lisboa, filmado e vivido nas minas da Panasqueira.

De repente, estava nos meus 8, 9 anitos jogando hóquei no C.D.C. da Covilhã, e confesso-te:
Nós tinhamos medo da equipa deles.
Cambada de caceteiros!
Sarrafada pura!
Da-se!
Deviam ser feitos de volfrâmio, digo eu agora.

Entendo melhor agora o prazer que tenho quando vou perto das linhas do comboio,
só para cheirar o óleo, as traves de madeira, as pedras....

Qualquer dia, encho-me de coragem ..., encosto o ouvido no carril e tento acertar.

- Passa daqui a ......8 minutos.
- Vai uma aposta?


Se tu quiseres, tenho tantas histórias para te contar que nem vais acreditar.

Beijos.
Fica bem.



Eugene Smith

O meu céu

Olha, meu querido diário:
O que eu te digo é que às vezes pensamos que, por sermos um pouco diferentes, somos algo ...
Não, não ia obviamente de smoking ou raio que o parta... também, quem se iria preocupar com isso?
Odeio a palavra "ARTISTA".
Um execrável e horrível termo que vai de Ágata a Zandinga num ápice.
Aos tais ditos cujos, tudo é permitido?
E depois?
É a rotina de uma regra estabelecida por quem acha que o chamado artista deve andar diferente...
Pimbalhices...azeitices...
Aqui sim, sou "racista" querido diário... na realidade, um problema para mim.
Amanhã, vou lavar a alma à Culturgest, vou dilitar-me, reciclar-me no meu amigo Pedro Sena Nunes.

Assim, chego ao meu céu.

Do teu sempre,
João


Robert Doisneau

terça-feira, outubro 18, 2005

No Smoking

Querido e estimado diário:
O dia ainda não acabou e as coisas não param de acontecer,
tu sabes que sempre assim foi.
Não entendo as razões do teu espanto...

Lá mais para a noite, vou ao lançamento do Rock-in-rio 2006.
Mas estava aqui a ver o convite em forma de cartão que sugere o traje:
- Smoking.
- Esmouking?
Não sei o que dizer...
Isto não é um pouco Dêmódê, cara?
Se ainda fosse o Rei de Espanha a dar-nos a honra de sua visita...mas...não.
Gostam os homens de vestir de preto?
Todos iguais?
Ah!
Já sei.
Dá mais dignidade, mais sério, mais noite, mais vip, tás a ver?

Andam os criadores (não é exclusivo a Deus) a trabalhar para quê?
Hem??

Eu sei que preferias que te falasse das lágrimas contidas no discurso de despedida de Peseiro.
Mas não...

Só te falo de coisas banais...

Não te zangues comigo.
São apenas ...fases...da mesma pessoa...nem sem em que lua andar...em passo de lua?

Ah ah!!!
Hoje está cheia que nem um ovo.

Um Abraço sincero deste teu amigo.


Werner Bischof

Um abraço na chuva

Querido Amigo Diário:
Estamos aí.
Tenho de te confessar que já tinha saudades da manhã agreste.
Os pinheiros, o entulho orgânico, a terra, os galhos, a lama, os charcos, eu...
Oh, como deve ser bom abraçar-te à chuva!!

Gosto dos olhos de Isabel Silvestre.
Ensaio com ela "Ao Sul" em plena tarde de Lisboa.
Oh, como é bonito o ruído da cidade que entra pela janela!!

Janto ao som do Sr. Ministro das Finanças, que se desenrasca às perguntas bem formuladas de José R. dos Santos.
Oh, como vão ser os nossos dias!!

Vou ao C.C.B. ver um grupo de bailarinas que manuseia a barriga ao som da derbuca.
ÓÓ, tenho a certeza do voltar a elas, no desenrolar do sonho.

Ainda chego a tempo de te contar estas coisas banais.
Já viste?

Vá! Recebe um abraço.

Não te faças difícil.


Sam Hall

domingo, outubro 16, 2005

O adepto atípico

Meu Querido Diário:
Vem aí uma semana complicada e armadilhada,
trabalhosa e poderosa.
Por isso, é com apreço e dedicação,
que me dedico a ti de alma e coração,
antes que me esqueça,
por tanto queijo com certeza.

- É no mínimo para desconfiar que o prof. Marcelo ache que, no caso do bloco, o dirigente "seminarista" ( a expressão é minha) Louçã candidata-se para manter o seu público e mercado de afirmação, mas do lado do líder do C.D.S., que respira ruidosamente ao estilo do melhor Freitas (espero que não por razões de saúde), já não se põe o problema.
As eleições presidenciais não necessitam de partidos! Diz sem muita convicção.
- Ah... inteligente o prof. Marcelo do planeta Cavaco.

- E o que dizer da moda Lisboa?
Pode ser redutor pensar e concluir, mas.....é ou não, à sua maneira, um mercado de carne?
- Sim sim, a moda é espectáculo...achas? Éeeeeeeee...vindo de ti? Nunca pensei.


- Não me dá qualquer tipo de prazer ou gozo as derrotas, os dramas ou tristezas do Sporting, Porto ou Benfica
- Nas tintas!!
Apenas o jogo pelo jogo, como se fosse um....jogo

- Sou um adepto atípico.

Já passou, já passou...

É incrível mas é verdade.
Hoje, domingo,
existe algo que me diz:
Hum.............
Vai fluir tudo,
ponderados,
cautelosos,
calmos e seguros,
doces, compreensivos,
dedicados esposos,
de ouvidos pacientes,
optimistas sem rancor,
impulsos moderados,
conscientemente construtivos,
Pais atentos,
rigor pedagógico,
preocupações estéticas,
a moda a modar
Lisboa a lisboer
o País a rolar,
a Justiça a justiçar
o Primeiro a ministrar,
talvez a chuva a chover,
a ética a etiquetar,
Enfim,
isto tudo porque.....


O GLORIOSO GANHOU!!!



Thomas Hoepker

sábado, outubro 15, 2005

O espelho

De quanto tempo necessitamos nesta viagem?
Quantas mentiras dissemos?
Por quantas invejas navegámos?
De quantas e quantas coisas nos convencemos ser verdade?
Quantas pessoas enganámos?
Com tantos obstáculos e biombos, onde estamos?
Como foi realmente a nossa infância?
Como eram os nossos Pais?
Para quem olhávamos, enquanto cresciamos?
Os nossos professores?
Onde estão os primeiros amigos?
Quantos são?
O que fica da nossa esperteza saloia?
Espremidinhos, o que restará?
Assim...tão maravilhados com o nosso espelho?
e mesmo assim, desta maneira absurda, descubro que afinal,
Somos deliciosamente,
Nós!

sexta-feira, outubro 14, 2005

quinta-feira, outubro 13, 2005

O caso de um de nós

Aí está uma caso que deixa qualquer ser humano que se preze estupefacto com tamanha desumanidade.
O nosso compatriota, co-piloto do avião que foi apreendido na Venezuela, ficou por lá.
Ninguém sabe porquê ...e ele está por lá...ficará por lá.
Com sucessivos adiamentos do julgamento, está bom de ver, a selva selvátiva em que se encontra a justiça,
ou algo parecido com isso, naquele País.
Tudo indica que aquele nosso irmão de País estará inocente.
Sabe-se, porém, de todo o tipo de pressões que os nossos diplomatas têm exercido.
Estou com este discurso para, em primeiro lugar, manifestar a minha solidariedade para com um de nós.
Está lá, e se juntarmos esforços tudo poderá mudar.
Em segundo, serve esta situação bizarra para termos a noção que, apesar de tudo,
o nosso querido País é um edifício em permanente construção, que é melhorado dia a dia por todos nós.
Cada um de nós é tão importante como todos juntos em estado de nação.
Podemos ter muitos defeitos, e outros a apontar...
Mas orgulho-me de viver na Europa com tudo o que isso implica.

quarta-feira, outubro 12, 2005

Por uma causa

Fosse eu Deus por um momento, daria umas sete vidas e mais outras tanto,
acrescidas de uma força invulgar, a Mr. Kofi Annan, sem no entanto denunciar a minha subtil acção,
não fosse o Diabo por sua vez...

Ao ser medalhado em Portugal, retribuímos todo o esforço e empenho na questão Timorense,
assumindo da nossa parte a importância que reconhecemos nas Nações Unidas.
Achamos bem!!

Alongando o zoom, eu, o tal Deus, daria um fôlego extraordinário ao dirigente em causa,
para a implementação das Nações Unidas e reforma do seu conselho de segurança, como única boia de salvação possível.
Pensem só no que seria a barbárie...se não houvesse nada...nada!

Precisamos de regulamentos e regras de entendimento globais.
Assim saberemos a todo o instante, porque, como, contra quem, a favor de quem, marcham os canhões.

Será que todos juntos, saltando ao mesmo, gritando em uníssono, além de fazer estragos ambientais,
também adquirimos a força de um Deus?

À nossa imagem?

Esta é uma grande causa.

Sumo de tomate

Sem querer branquear ou perdoar seja o que for:
Os cowboys, os padrinhos, os caciques, os rapazes dos partidos, o pagamento das facturas,
a incompetência, e toda a merda que nos rodeia...não devemos tomar isto pelo todo, sob pena de andarmos à velocidade
de alguma imprensa que precisa de vender tudo ou quase tudo.
Não é justo confundir os nobres anseios de quem protesta com a notícia especulativa de uma manchete por provar.
Os tugas como nós agitam-se e mobilizam-se nos compassos emocionalmente activos.
Tal como uma criança, apenas temos de relativizar e dissociar o sangue do sumo de tomate.
- Não tenhas medo!!
- É apenas um écran.
O futuro será inevitavelmente melhor.

Olha-se o planeta em redor, e...o que dávamos em troca por uma vida perdida.
Os menores violados e assassinados em Portugal, as vítimas dos desastres naturais em todo o lado,
as vítimas dos atentados

Trocava estes nossos "problemazitos" por uma outra realidade.

segunda-feira, outubro 10, 2005

A oeste o costume

Nada de novo.
Mais do mesmo.
Sem surpresas.
As reacções aos resultados denunciam os seus autores e propósitos.
Aquilo que se pensava, confirmou-se.

No acto do crime e da delinquência, reside a notícia.
É de tempo dos jornalistas se autoquestionarem.
Para quem trabalham afinal?

O meu País tão arrumadinho...
Tão querido...
Ó......
Todavia....o sol....o azeite....o vinho.....as moças.....o benfas....o mar....
a língua....os amigos....a música....a família......
a areia......a primavera.....o eclipse..................................................................................................................................



Stage Coach

domingo, outubro 09, 2005

Dia de Santa Votação

Acordo estremunhado, desvio a cortina.... chove finalmente!
Sorrio cá pra mim, e penso:
- Isto começa bem.

Como é um dia especial, domingo, dia do Senhor, manda a tradição, apesar de à missa já não ir,
vestir uma fatiota ajustada à ocasião e cuidar da popa e marrafa de criança nascida lá no interior montanhoso.
- Tem que se lhe diga.
Lá votei, distribuindo sorrisos a toda a família da freguesia de S. João de Deus, que se cumprimenta educadamente,
nestes dias de casamentos, funerais e outros ais.

E agora é esperar para ver quem ganha:
"Os mafiosos" que apesar de presumíveis inocentes, atentam contra qualquer princípio de ética?

E se ganharem?

Como é que nos posicionamos a partir de hoje em Portugal?

Vamos a Tribunal e revemos o regime de casamento entre Portugueses,
exigindo a separação de bens ?

Ou vamos já para divórcio litigioso e entregamos de volta o B.I. ?

sábado, outubro 08, 2005

Dia de São Reflexão

Reflexão
Inflexão
Terreno inflexioso
reflecte a fléte
inflecte a cléte
reflecte refléte
inflecte infécte
mais flexível
mais inflexível
Infectível
estou-me a flétir
não reflitas
reflecte.

Qué felô
tô afli

sexta-feira, outubro 07, 2005

Pão prá boca

Eu cá vivo em Lisboa.
Faça sol ou faça chuva:
Vou votar.
Aliás, voto sempre, nem que seja em branco, apesar de, muitas vezes, o meu querido voto ser confundido
com o acto de "vandalizar" o boletim da cruz, ou até de apanhar sol, coisa que me irrita solenemente os pêlos e afins.
Dir-se-á :
- Apanhar gambuzinos é sempre um acto extremamente político!!
Reconheço... mas, caramba!
Vou lá, não?
Dá trabalho, está previsto na Democracia.
Sim, sei, somos poucos, e por isso não existe maneira de expressar a nossa revolta, de evitar o saco
azul da reserva de consciência...
O ostracismo aos inoportunos!!! Gritam!

Mas... com estes ouvidos que a terra há-de comer ouvi da boca do candidato Carmona o seguinte:

- "Eu gosto mais da cidade de Lisboa do que de mim próprio".

Juro que ouvi.

Isto é um dado novo.
É uma declaração de amor.

Venha de onde vier, goste-se ou não, seja de que partido for, direita ou esquerda, é uma declaração de assinalar.

Só que isto foi dito na penumbra da off entrevista.
Na RTPN...

Precisamos de alguém que nos ame.
Que o diga.
Que o demonstre.

Uma visão fiel e verdadeira de um visionário.
Acreditem, mais do que o túnel, precisamos do próprio do Marquês.

Como de pão prá boca.

quinta-feira, outubro 06, 2005

Filarmónica à vista


Foto: Vasco Gil
(Telheiras, 16 Setembro 2005)


[podem enviar as vossas fotos]

terça-feira, outubro 04, 2005

Puzzle

Ontem demos início aos ensaios para o "Romeu e Julieta", que lá para Novembro
irá ver a sua luz no teatro S. Luís.
Não direi sobre isto muito mais para já.
Deixo-vos no entanto o quanto de felicidade e algum "receio" sinto pela tarefa
de compor para uma guitarra, o que é sempre um "ruído" no meio do universo do
falecido sr. Shakespeare...um dos seres humanos que mais se confundiram com Deus.

Depois, eram para aí umas 7 e picos, tunga!
Estádio da Luz, armado de bifana e binho a fingir no copo de papel de coca-cola.
Sou apanhado no corredor e comunico ao País pela "Sportv" ( não é para todos )
Assumo que tenho um pé no Benfas, outro no Belém, e outro ainda no Sporteiiing da Covilhã.
Lá ganhámos!!


Estranho o meu puzzle. Pleno de relações aparentemente utópicas e inexistentes,
de velocidades e gravidades diferentes...o peso...a massa...Bah!!

Ouvi dizer que o prémio Nobel da Paz dá esta semana 1 milhão de euros.
Bora lá prencher o boletim.

Que venha ao menos para um Português como eu, não eu...

domingo, outubro 02, 2005

Fragmentos

Os fragmentos de um fim de semana amontoam-se numa pilha disforme e difusa.

- Os suícidas de Bali, e a ideia que há coisas que nos escapam.

- O sucesso do euromilhões em Portugal, coisa normal para quem hipoteca o futuro à mercê da sorte do acaso.

- A cruz de Peseiro, e a confiança no guarda Ricardo, em redes nacionais.

- O peso desmesurado do futebol, no vazio de lixo do mar de sangue, que alimenta a nossa sede de morte.

- As interrogações de Marcelo: Votará o povo naqueles personagens?

- A perplexidade do porquê das legendas no telejornal do canal 1, quando, num depoimento feito por um imigrante vindo
de África, num português perfeitamente normal, descreveu o processo e o custo de uma tentativa frustrada.
Quem foi o imbecil que achou que um "assaltante" não se faz compreender?

Ocorreu-me, no entanto que dar um nome ao peixe limpa-vidros, pode ditar a sua morte, ele, o peixe negro,
que, de quando em vez, surge fora de horas, almeidando meticulosamente as paredes do aquário, ele, que se esquece de tudo num segundo, donde veio, ou para onde irá... ele preocupa-me...O Ajax...


É ou não determinante, a memória como razão de ser...um ser.

O outro império

Um dia, hei-de ir a Cabo Verde.
Faz parte de nós.
Nós fazemos parte dele.
É como ir aos Açores.
É como ir à Madeira.
Será?
Bom....

Como de costume, aproveito o vegetanço na viatura,
para colocar em dia a escrita e actualidade relativa, que as rádios nos oferecem.
Acima de tudo a sua voz, a sua companhia.
Já não é mau...
Ouvi uma morna cantada pela Nancy Vieira, acompanhada por um grupo de guitarras de lisboa,
e não vi nenhum choque ou contradição, nem sequer qualquer tipo de aproximação forçada ou imaginária.
Afinal, tudo aquilo que apenas, e somente, a música consegue:
Juntar os Povos.
Mas...aqui há outra coisa....
Será chocante, ou já vos passou pela cabeça, que podíamos ter o mesmo hino?
Já imaginaram que esta realidade pode ser possível, se os dois Povos assim o desejarem?
Não será este um novo tipo de descobrimento?
O não neo-colonialismo.
A aceitação de uma nova europa...o cumprimento dos mares?
Um novo tipo de mensagem?
Se a razão é determinada pelas emoções, como muito recentemente se acredita...por mares de Descartes múltiplos...correctamente navegados, por bravos e tantos oceanos...
diria eu, filósofo de pacotilha, que:
NA MÚSICA, TAL JÁ ACONTECE.
O FADO E A MORNA SÃO PARENTES.


ok?




Ah!
Afinal, o Fado sempre se dançou...
Bem me parecia.